ROTARIANO JOAQUIM PEREIRA DA SILVA

Artigo escrito por ocasião da Missa de Sétimo Dia do falecimento do Rotariano Joaquim Pereira da Silva, ocorrido há anos.

Dói-me o coração e me confrange a alma falar de uma perda tão cara para todos nós: o falecimento do nosso estimado comp. Joaquim Pereira da Silva.

Dizem que os bons, os altruístas, os nobres de ação não morrem nunca, porque os seus atos jamais serão esquecidos por seus amigos e admiradores.

Joaquim era um homem bom. Espargia grandeza de espírito. Era nobre de gestos e atitudes. Sabia fazer amizades. Era um príncipe na arte de encantar a todos que privavam do seu convívio. Eu tive o privilégio de ser um deles, embora por pouco tempo, o que lamento profundamente.

Já está consagrada a expressão de que a morte é a única coisa certa da vida. Todos sabemos disso, mas não nos conformamos com a perda de pessoas que nos são caras.

Ao receber o e-mail sobre a Missa em sufrágio da alma de Joaquim, chorei o desaparecimento do companheiro leal, do homem que encarnava os ideais rotários em tudo o que fazia.

Pouco antes de seu internamento no hospital, estive com minha esposa Branca fazendo uma visita ao Joaquim em seu escritório, onde ele nos mostrou uma primorosa coleção, em miniatura, de cavaleiros medievais. Mostrou-nos, também, bonitos quadros e o retrato de sua veneranda avó, pintado por um excelente mestre do pincel. Era um verdadeiro esteta das artes.

Na oportunidade, Joaquim manifestou grande alegria, quando soube que Branca é uma pintora diletante, com quadros exibidos na Internet (alguns quadros poderão ser vistos no site www.espacoamazonico.com.br ).

Com entusiasmo, Joaquim falou de seus planos para o futuro; de sua casa de campo, num terreno com bonitas cachoeiras onde encontrava o justo repouso, após uma semana de árduo trabalho; do seu desejo de ali ficar, futuramente, para gozar o descanso merecido. Seria, com efeito, o repouso do guerreiro.

Convidou-nos para visitar o local, e ali passar um final de semana, ouvindo o mavioso cantar dos pássaros e o reconfortante som das quedas-d’água. Falou-nos, com fulgor juvenil, com brilho nos olhos. Parecia cheio de vida.

Branca ficou encantada com a hospitalidade do Joaquim. Disse-me ser ele uma dessas pessoas que a gente parece conhecer de longa data.

Falei-lhe, então, que o Joaquim era uma pessoa rara. Sentia isso nos encontros do chamado “Café do Joaquim”, onde ele reunia os amigos para continuar a prática rotária, sem as formalidades das reuniões na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Para nós, Joaquim, você não morreu. Você foi chamado pelo Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, para integrar a constelação celeste, espargindo sua luz no espaço infinito.

E, como disse Fernando Pessoa, “morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada”.

Joaquim, as reuniões do Café, que você tanto apreciava, continuarão, em sua homenagem.

Descanse em paz!