CORRUPÇÃO ENDÊMICA

A Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia-SPVEA, criada sob a inspiração de verdadeiros patriotas, tinha por finalidade investir 3% da arrecadação tributária da União no desenvolvimento da área, anualmente, coisa que nunca ocorreu por falta de vontade política.

Ora, se a lei fosse cumprida, com aplicações maciças na região, sem desvios de verbas, hoje a situação da Amazônia por certo seria outra, sem o isolamento em que ainda se encontra do resto do país e a pobreza franciscana que a cerca.

A SPVEA foi vivendo aos trancos e solavancos. Investindo um pouquinho aqui, um pouquinho acolá, mas sem cumprir, efetivamente, os fins para os quais fora criada. Sempre lutou contra a escassez de recursos e os que aplicava, nem sempre deram bons resultados.

Com o passar dos tempos, a SPVEA foi-se debilitando, a tal ponto que chegou à extinção, surgindo, em seu lugar, a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia-SUDAM.

A SUDAM serviu para tudo: nepotismo, gastos inúteis, desvios de finalidades, corrupção, etc. É verdadeiramente incrível como maus brasileiros não souberam atender aos interesses da região, mas aos seus próprios interesses, levando o órgão ao descalabro administrativo. O  resultado, então, foi o seu enfraquecimento, cada vez maior.

No Brasil, quando uma entidade vai mal das pernas, o remédio tem sido o de se criar uma outra, em seu lugar.

Essa política não tem dado bons resultados. Com o passar do tempo, os males voltam a existir, porque o problema não está na entidade criada, mas sim na falta de honestidade de algumas pessoas, na cultura infame da dilapidação do erário.

A extinção de órgãos públicos até parece ser feita para desviar a atenção dos culpados. A melhor política seria a de sanear o órgão doente, punir os culpados, e fazer as coisas voltarem aos eixos, como vulgarmente se diz.