JEDY DEIXOU MUITAS SAUDADES

JEDI

Jedy era um cachorro muito bonito. Ele veio conosco de Brasília, onde o adquirimos, sendo, para nós, uma cara recordação da Capital do País.

 Era um Cock Spaniel de pelo sedoso, dourado, que deixava as pessoas encantadas por ele. Parecia um príncipe transformado em cachorro.

 Era extraordinariamente inteligente. Entendia o que lhe ensinávamos, e olhava as pessoas como se estivesse dialogando com as mesmas. Um cão fora de série.

Para onde íamos, levávamos o Jedy. Tinha uma atenção especial para com a sua dona, minha esposa Branca, que o tratava muito bem, dispensando-lhe uma atenção especial.

Jedy gostava de ir para a   casa de veraneio, em Cabo Frio, onde se sentia dono do pedaço. Corria no quintal como uma criança, atrás da bola, e dando cambalhotas. Toda a vizinhança o admirava e o acariciava muito.

Jedy adoeceu, e foi perdendo as forças. É verdade que já era um cachorro vovô, como dizia a moça que o levava para passear, mas ainda muito forte e valente.

Foi dada toda assistência ao Jedy, como qualquer ser vivo deveria receber. O espantoso é que o nosso amado cãozinho continuou com o seu pelo com brilho intenso, e somente emagreceu dois ou três dias antes de sua morte.

Deixou muitas saudades e uma lição admirável: a fidelidade canina, sem morder àqueles que lhe dedicavam tanta atenção; e, mais: a certeza de que é preferível lidar com os animais do que com muitos dos nossos semelhantes.

Com o Jedy, nós tínhamos a plena convicção de que não seríamos    apunhalados pelas costas.  

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