HOMENAGEM AO DIA DA BANDEIRA

Discurso por mim proferido no Rotary Club do    Rio de Janeiro, por ocasião do Dia da Bandeira

Companheiras e companheiros rotarianos:

Comemoramos, hoje, o Dia da Bandeira, instituído pelo decreto-lei n. 4 de 1889, logo após a Proclamação da República, e, numa nímia gentileza do nosso ilustre Presidente, comp. Joel Mendes Rennó, aqui estamos prestando esta singela homenagem ao Pavilhão Nacional, em nome do Rotary Club do Rio de Janeiro.

Senhoras e Senhores:

O maior instrumento de poder de que se tem notícia se encontra dentro de nós: o nosso pensamento. Como a eletricidade, o pensamento produz resultados de acordo com o uso que se faça dele.

Ao olhar o verde da nossa Bandeira, o nosso pensamento se transporta para a distante e ciclópica Amazônia, para sua floresta densa e insondável. E vai até a  São Gabriel Cachoeira, município do Amazonas, situado no extremo noroeste do Brasil e  distante 852 quilômetros de Manaus, por via aérea. Ali está um Pelotão do Exército Brasileiro, guardião de nossas fronteiras. E é  ali que vibra bem alto o amor à Pátria, nas solenidades de  hasteamento do Pavilhão Nacional, em plena selva amazônica.

Nos idos de 1984, quando cursávamos a respeitável Escola Superior de Guerra-ESG, tivemos a oportunidade e o privilégio de participar de uma viagem de estudos ao cerne da região norte do país, e assistimos ao hasteamento da bandeira do Brasil, em São Gabriel da Cachoeira. Que solenidade emocionante, com o Pelotão formado e integrado por muitos filhos da região, índios recrutados pelo Exército, todos cantando o Hino Nacional com muito entusiasmo e civismo, ao tremular do nosso pendão.

Foram momentos inesquecíveis, que o passar dos tempos jamais apagará de nossa lembrança. Ali se vive, no isolamento da selva, com o coração sempre voltado para a pátria querida.

Que exemplo de amor ao Brasil nos dão os   nossos irmãos indígenas, no sagrado cumprimento do dever de soldado brasileiro.

Quando estamos distantes do nosso país, também pulsa e vibra o sentimento pátrio, ao olharmos a nossa bandeira tremulando em plagas longínquas. É o espírito de brasilidade que desperta dentro de nós. É o imorredouro amor à pátria.

Meus amigos:

O Rotary é um recanto de civismo. O início e o término de nossas reuniões transcorrem com a reverência ao Pavilhão Nacional, que representa o nosso povo, a nossa  história, as nossas tradições, a nossa língua, a nossa identidade cultural. É o Brasil majestoso e belo, representado por suas opulentas riquezas, por sua Federação, e pela Ordem e Progresso que representa o espírito pacífico e empreendedor de nosso povo.

O civismo aqui em nosso clube é forte, e conta com o entusiasmo e o patriotismo do nosso companheiro EGD Augusto de Rezende Menezes, imbatível em sua pregação de amor ao nosso país e no engajamento do Rotary  nos movimentos cívicos da nação brasileira.

Em sua saudação ao Pavilhão Nacional disse, em palavras lapidares, Olavo Bilac:

“Bendita seja, Bandeira do Brasil!

Bendita seja, pela tua beleza! És alegre e triunfal.

Quando te estendes e estalas à viração, espalhas, sobre nós um canto e um perfume: porque a viração, que te agita, passou pelas nossas florestas, roçou as toalhas das nossas cataratas, rolou no fundo dos nossos grotões, beijou os píncaros das nossas montanhas, e de lá trouxe o bulício e a frescura que entrega ao teu seio carinhoso”.

E, para finalizar, indagamos:

Quem não sente um frêmito percorrer o corpo ao ouvir o belíssimo Hino à Bandeira, letra de Olavo Bilac e música de Francisco Braga, logo na sua primeira estrofe e no seu estribilho?

“Salve lindo pendão da esperança!
Salve símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.

Recebe o afeto que se encerra
em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!” 

Muito obrigado!