GRÃO-MESTRE GERAL ÁLVARO PALMEIRA

Álvaro Palmeira, homem de compleição franzina e de baixa estatura, nasceu no Rio de Janeiro, aos 18 de julho de 1899.

Iniciou sua carreira como mestre-escola, aos 15 anos de idade, quando prestou concurso público e foi nomeado Professor Adjunto nas Escolas Primárias do então Distrito Federal. Foi o fundador da revista “O Ensino”, órgão oficial das Ligas de Professores do Rio de Janeiro, da qual foi o Diretor.

Aos 18 anos de idade já era professor do Ensino Técnico, e, em seguida, Vice-Diretor da Escola Técnica Profissional Visconde de Mauá, tendo assumido o cargo de Diretor da referida escola alguns anos depois.

Foi vereador em 1934, capitão médico do Exército, em 1942. Entre vários outros cargos exercidos foi Secretário de Educação e Cultura do antigo Distrito Federal.

Sua vida maçônica começou com a iniciação na Loja Fraternidade Espanhola, do Rito Moderno, à noite de 17 de dezembro de 1920, loja essa pertencente ao Grande Oriente do Brasil, a qual, mais tarde, se fundia com a “Luiz de Camões”.

A carreira maçônica de Álvaro Palmeira foi marcada por atividades constantes e ininterruptas. Seis meses depois de iniciado, já era Cavaleiro Rosa Cruz, grau sétimo do Rito Moderno) e, no ano seguinte, assumiu o cargo de Grande Orador da Assembleia Federal Legislativa do Grande Oriente do Brasil, quando elaborou o Tratado de Reconhecimento entre esta Potência e a Loja Unida da Inglaterra. Em 1937 tomou posse como membro efetivo do Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito. Em 1940 instituiu o Conselho de Veneráveis e a Comissão Orientadora da Doutrina Maçônica. No ano seguinte, 1941, criou o Departamento de Domínio Maçônico e o Instituto Maçônico de Cultura e Mérito. Em 1942 tomou posse como Grão-Mestre Geral Adjunto, na gestão do então Grão-Mestre Ir. Joaquim Rodrigues Neves. No ano seguinte, assumiu a Presidência da Soberana Assembleia Geral, tendo recebido, em 1943, o Título de Benemérito da Ordem.

Fundou o Oriente Unido, em 1948, unificado ao Grande Oriente do Brasil em 1955. Durante cerca de 9 anos esteve afastado da nossa entidade.

Foi Grão-Mestre do GOB na década de 60 e, ao final do mandato, em 1968, pelo Decreto nº 20.080 de 19 de março, reimplantou e regularizou definitivamente o Rito Brasileiro. Foi considerado Tutor do Rito.

Álvaro Palmeira escreveu vários trabalhos maçônicos, entre os quais se destaca “A Maçonaria de Ontem e do Amanhã”, no qual declarou:

“A Maçonaria deve atualizar-se, sem perder sua identidade.

A Maçonaria possui uma parte essencial e intrínseca que não pode alterar ou perder, sob pena de não ser mais Maçonaria: é a base que não muda, isto é, o depósito intocável: os Landmarques, a Iniciação, o Cerimonial, a Liturgia, os Símbolos. E tem a parte eventual e contingente, passível de reforma ou aprimoramento: é a sua convivência com o mundo circundante”.

E, adiante:

“Já findou o tempo em que o maçom se comprazia em ser o homem do passado. Hoje ele terá de ser um homem do presente, a caminho do futuro, adestrado na solução das controvérsias, nesta época de uma civilização em mudança. O maçom de hoje tem que sentir as grandes correntes de pensamento e ação, que o rodeiam. Já foi dito magistralmente: “o maçom vive com o seu século e constrói para o seu século”.