CIENTISTA POLÍTICO

Tudo no Brasil é uma questão de moda. Houve a época dos Bacharéis em Direito, dos Economistas e, agora, é a hora e a vez dos chamados Cientistas Políticos. Cada uma dessas categorias, tem o seu linguajar próprio.

 Formados em Direito, com as célebres citações latinas, com as frases de efeito, com a eloquência própria das lides tribunícias; economistas, com o seu economês indecifrável, somente do conhecimento dos “iniciados”; e os Cientistas Políticos, com as suas lucubrações, com os seus teoremas intrincados, querendo traçar o panorama do amanhã.

Os cientistas políticos, grosso modo, nada mais são do que adivinhadores do futuro. Falam como magister dixit induzindo as pessoas a pensar como eles, manifestando-se como catedráticos em uma coisa, vamos dizer, imponderável. Poucos apresentam pareceres com segurança.

Ora, como bem disse, certa feita, o sempre lembrado Dr. Armando Falcão, ex-Ministro da Justiça: “o futuro a Deus pertence”. E o que fazem alguns cientistas políticos senão observar, superficialmente, a conjuntura, para esboçar o quadro do futuro?

É por isto que muitas pessoas não dão a menor atenção quando são realizadas entrevistas com alguns dos chamados cientistas políticos. Consideram uma pura perda de tempo. Se as pessoas tivessem o poder de prever o futuro, não precisariam despender esforços para sobreviver. Bastava jogar na loteria e ficar rico para sempre.

Em política e em economia, tudo muda com uma velocidade vertiginosa. Um determinado estado de coisas, hoje, pode modificar-se amanhã, completamente, de acordo com as circunstâncias do momento. A política e a economia são dinâmicas por excelência e dependem muito do comportamento dos políticos e dos economistas de hoje, de amanhã e de sempre.

Assim sendo, esse cientificismo todo atribuído a alguns empertigados analistas políticos é mera ilusão. Eles não passam de observadores, como qualquer um de nós, que conheça um pouco de política e de economia.