OS CAMINHOS DA MALDADE

A mídia, há bastante tempo, tem mostrado, todos os dias, cenas dantescas que acontecem no mundo inteiro. São tragédias provocadas pelas guerras, pelos crimes hediondos, pelo desemprego, pela fome dizimando milhões e milhões de pessoas e, agora, com maior ênfase, em face da pandemia da covid – 19.

Em verdade, a maldade humana tem tomado proporções assustadoras. Como disse uma pessoa humilde, minha conhecida: “é o apocalipse que se aproxima; o homem se esqueceu de Deus”. De fato, o afastamento de Deus, tem levado a essa situação abominável por que passa o nosso planeta.

São histórias de pais matando filhos e filhos matando pais. É a tragédia humana em sua mais estarrecedora dimensão, com crimes monstruosos, com requintes de barbaridade.

As feras estão redimidas. Somente atacam quando estão com fome. Os homens, não: atacam conscientemente, porque sabem dos resultados que podem advir de suas ações.

Ouvi de um bombeiro, homem simples, mas com muita sabedoria, dizer, ao segurar uma cobra pela cabeça: “quanto mais a gente convive com o ser humano, mais admira os animais”. Mas, até os animais não têm mais sossego.

Outro dia, resolvi, à noite, dar uma caminhada pelo quarteirão da rua onde moro, a fim de desanuviar um pouco a minha tensão de notícias escabrosas.  Parei numa banca de jornal e vi um homem esquálido, mão estendida, pedindo esmola, com uma voz inaudível. Ante o meu espanto, um cidadão me explicou que um cara, mau caráter, dera-lhe um chute no rosto que lhe amoleceram os dentes e o deixaram com a boca toda ferida. Não podia comer alimentos sólidos, somente líquidos. Dei-lhe dinheiro para pegar um táxi e se dirigir a um hospital público para tratamento e, depois, ingerir uma comida líquida.

Que maldade! Uma criatura já tão sofrida, sendo atacada por um insano, pelo simples fato de estar dormindo debaixo de uma marquise.

Voltei para casa mais aturdido do que quando saíra. Deitei-me inquieto, preocupado. Só me vinha à mente uma frase que ouvira, num debate televisivo: “os caminhos da maldade são infinitos”!

E, como são…