A PETROBRAS E A AMAZÔNIA

Lembro-me bem. Era repórter de dois órgãos de maior circulação da imprensa amazonense quando eclodiu, em todo o Brasil, a campanha do “petróleo é nosso”.

Engajei-me na luta como todo bom brasileiro, em defesa dos interesses de nosso país que queria sair do jugo das nações produtoras de petróleo. O Brasil era totalmente dependente da importação dessa importante matéria-prima, indispensável no mundo moderno.

Sentia uma dor profunda no coração quando se dizia que não havia petróleo na Amazônia. Só podia ser castigo de Deus, pois os países vizinhos como o Peru, a Venezuela, a Bolívia e etc, o possuíam.

Exultei de alegria quando, anos mais tarde, anunciaram que o “ouro negro” fora encontrado no município amazonense de Nova Olinda do Norte. Mas, quase morri de tristeza, quando o poço foi fechado.

O que estava acontecendo? A quem interessava desacreditar a Petrobras? Aos alienígenas?

Depois de muita frustração, recebi uma explicação lógica de um engenheiro, a qual me convenceu plenamente. Ele declarou que havia petróleo na Amazônia Brasileira, e bastante, mas que não era conveniente extraí-lo, porque o produto importado era muito mais barato. Economicamente, seria inviável a produção de petróleo em plena selva amazônica.

Os tempos mudaram, o petróleo encareceu e a sua produção se tornou aconselhável, inclusive por motivos estratégicos.

Assim sendo, o petróleo passou a ser extraído, também. no território amazonense, em Urucu.

Isto prova a capacidade dos nossos técnicos. Somos um povo inteligente e de valor. A construção do motor a álcool, em substituição ao motor a gasolina, foi invenção genuinamente nacional.

Às vezes somos xenófobos. Culpamos os outros por nossos erros ou fracassos. É verdade que as nações ricas tentam nos explorar cada vez mais, porém, sempre foi assim. Cabe-nos reagir e não aceitar o que nos impõem porque, senão, a culpa não será do grupo dos países ricos, mas de nós brasileiros.

O certo é que a Petrobras é nossa, e a Amazônia também!

Quanto à Amazônia, é preciso que fiquemos vigilantes, porque ela não é patrimônio da humanidade, como tem sido apregoado por autoridades estrangeiras. É patrimônio nosso!

REFLEXÕES

Foto: EBC

Fala-se muito, em nosso país, em harmonia e independência dos poderes. Mas a gente fica pensando se de fato existe, diante do que se vê, nas disputas travadas no dia a dia. A Constituição é muito citada, mas pouco cumprida.

 Em verdade, não raras vezes, há conflitos entre os Poderes, chocando-se entre si. Tem havido uma disputa de funções, o que muito tem atrapalhado a administração pública.

 O que se tem observado, também, é que há, como se diz, uma judicialização do sistema como um todo, o que tem dado muito o que falar. O Executivo se sente travado em suas decisões pelo Judiciário.

Os congressistas, por outro lado, têm levantado disputas contra o Poder Executivo e vice-versa, o que altera em muito a normalidade democrática.

O Parlamento, em verdade, não foi feito apenas para elaborar leis, embora essa seja a sua função primordial, mas para as grandes discussões visando o bem comum.

Nesse seu mister, no entanto, não pode dificultar as ações do Governo que visem beneficiar a população, apenas por não gostar do dirigente do momento no país.

Assim sendo, ou o Parlamento volta aos seus dias de um passado brilhante, e já bem distante, ou vai perdendo a sua força e o seu prestígio perante o povo brasileiro. E é o que vem ocorrendo.

E isto é muito grave e triste.

OS CAMINHOS DA MALDADE

A mídia, há bastante tempo, tem mostrado, todos os dias, cenas dantescas que acontecem no mundo inteiro. São tragédias provocadas pelas guerras, pelos crimes hediondos, pelo desemprego, pela fome dizimando milhões e milhões de pessoas e, agora, com maior ênfase, em face da pandemia da covid – 19.

Em verdade, a maldade humana tem tomado proporções assustadoras. Como disse uma pessoa humilde, minha conhecida: “é o apocalipse que se aproxima; o homem se esqueceu de Deus”. De fato, o afastamento de Deus, tem levado a essa situação abominável por que passa o nosso planeta.

São histórias de pais matando filhos e filhos matando pais. É a tragédia humana em sua mais estarrecedora dimensão, com crimes monstruosos, com requintes de barbaridade.

As feras estão redimidas. Somente atacam quando estão com fome. Os homens, não: atacam conscientemente, porque sabem dos resultados que podem advir de suas ações.

Ouvi de um bombeiro, homem simples, mas com muita sabedoria, dizer, ao segurar uma cobra pela cabeça: “quanto mais a gente convive com o ser humano, mais admira os animais”. Mas, até os animais não têm mais sossego.

Outro dia, resolvi, à noite, dar uma caminhada pelo quarteirão da rua onde moro, a fim de desanuviar um pouco a minha tensão de notícias escabrosas.  Parei numa banca de jornal e vi um homem esquálido, mão estendida, pedindo esmola, com uma voz inaudível. Ante o meu espanto, um cidadão me explicou que um cara, mau caráter, dera-lhe um chute no rosto que lhe amoleceram os dentes e o deixaram com a boca toda ferida. Não podia comer alimentos sólidos, somente líquidos. Dei-lhe dinheiro para pegar um táxi e se dirigir a um hospital público para tratamento e, depois, ingerir uma comida líquida.

Que maldade! Uma criatura já tão sofrida, sendo atacada por um insano, pelo simples fato de estar dormindo debaixo de uma marquise.

Voltei para casa mais aturdido do que quando saíra. Deitei-me inquieto, preocupado. Só me vinha à mente uma frase que ouvira, num debate televisivo: “os caminhos da maldade são infinitos”!

E, como são…

LILICA MON AMOUR

BRANCA AMANDE CAVALCANTE

LILICA

Faz alguns anos, assisti na televisão uma   reportagem sobre a solidariedade da Lilica, uma cadela de rua, que encontrou uma pessoa muito bacana que lhe dava comida todas as noites.

Lilica comia e, o restante, carregava nos dentes, para bem longe.  A senhora, intrigada, pois Lilica derramava a sobra de comida durante a caminhada, decidiu segui-la. Surpresa: Lilica levava a “sobra da sobra” para os seus amigos caninos de rua, enfrentando a estrada e o escuro da noite, por cerca de dois quilômetros.

A senhora, então, depois que Lilica jantava, colocava mais comida no saco, amarrava-o, e Lilica lá se ia com o saco nos dentes levar a comida para os amigos.

A senhora, tomada de amor por Lilica, dizia: vai pelo fio da calçada, Lilica, cuidado com o trânsito, como se a cadela fosse um ser humano.

Que exemplo: Lilica, verdadeiro anjo de quatro patas, amiga solidária e fiel aos   de sua espécie.

E os humanos? Muitos, tão falsos, tão cruéis, tão desumanos. Nem parecem filhos do Criador; esquecem que a solidariedade faz parte, em toda a sua integralidade, do Grande Amor de Deus!

Que o exemplo de Lilica sirva para todos nós, seres humanos!

JEDY DEIXOU MUITAS SAUDADES

JEDI

Jedy era um cachorro muito bonito. Ele veio conosco de Brasília, onde o adquirimos, sendo, para nós, uma cara recordação da Capital do País.

 Era um Cock Spaniel de pelo sedoso, dourado, que deixava as pessoas encantadas por ele. Parecia um príncipe transformado em cachorro.

 Era extraordinariamente inteligente. Entendia o que lhe ensinávamos, e olhava as pessoas como se estivesse dialogando com as mesmas. Um cão fora de série.

Para onde íamos, levávamos o Jedy. Tinha uma atenção especial para com a sua dona, minha esposa Branca, que o tratava muito bem, dispensando-lhe uma atenção especial.

Jedy gostava de ir para a   casa de veraneio, em Cabo Frio, onde se sentia dono do pedaço. Corria no quintal como uma criança, atrás da bola, e dando cambalhotas. Toda a vizinhança o admirava e o acariciava muito.

Jedy adoeceu, e foi perdendo as forças. É verdade que já era um cachorro vovô, como dizia a moça que o levava para passear, mas ainda muito forte e valente.

Foi dada toda assistência ao Jedy, como qualquer ser vivo deveria receber. O espantoso é que o nosso amado cãozinho continuou com o seu pelo com brilho intenso, e somente emagreceu dois ou três dias antes de sua morte.

Deixou muitas saudades e uma lição admirável: a fidelidade canina, sem morder àqueles que lhe dedicavam tanta atenção; e, mais: a certeza de que é preferível lidar com os animais do que com muitos dos nossos semelhantes.

Com o Jedy, nós tínhamos a plena convicção de que não seríamos    apunhalados pelas costas.  

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